Quem foi que disse que a poesia não pode ser instrumento de crítica e transformação social? Aqui no Master, a arte foi a ferramenta utilizada por nossos estudantes para falar sobre um tema contemporâneo e pra lá de relevante: a violência contra a mulher. O resultado disso foi uma manhã de apresentações emocionantes e cheias de reflexões, durante o I Concurso de Poesia Falada do Master, realizado nesta segunda-feira (7) em nossa escola.
Criado pelas professoras Jeize Santos (História) e Silvana Fontes (Português/Literatura), o Concurso contemplou, nesta primeira etapa, os estudantes dos 9os anos do Fundamental. “Todos eles compraram a ideia logo no primeiro momento e produziram, sem exceção, poesias sobre o tema da violência contra a mulher. Selecionamos as 15 melhores, que se apresentaram aqui hoje, mas foi um número difícil de alcançarmos, pois tivemos muitos trabalhos belíssimos, bem produzidos, tocantes, de fato”, destaca Silvana.
Em meio aos cerca de 200 alunos presentes no auditório Master, os participantes declamaram suas produções e, um a um, emocionaram colegas, professores e auxiliares com textos e performances repletos de verossimilhança com uma realidade nada bonita do mundo atual.
“Acho que esse tom de realidade que conseguimos dar às apresentações reflete o quanto esse processo de pesquisa e produção foi forte e de aprendizado pra todos nós. No meu caso, a inspiração veio dos depoimentos de vítimas de violência contra a mulher, e a fragilidade comum a elas foi algo muito marcante pra mim. Foi isso que quis retratar com a minha poesia”, conta Lara Canuto, primeira colocada no I Concurso de Poesia Falada do Master.
Em sua apresentação, a jovem contou a história de uma mulher que – como muitas outras – foi violentada em diferentes momentos da vida, e deixou uma reflexão forte sobre como a sociedade ainda hoje culpa e desampara as vítimas desse tipo de violência.
“Muita gente talvez pergunte por que a gente insiste em abordar esse tema: será que ainda é preciso falar sobre isso? Infelizmente, sim. A violência contra a mulher tem várias faces e se manifesta de formas diversas. Cada angústia apresentada hoje pelos nossos poetas pode não ter sido verdadeira, mas é verossímil e retrata algo que acontece com muitas mulheres por aí. Nosso Concurso veio com a proposta de fazer com que eles entendam a importância dessa luta”, ressaltou a professora Jeize Santos.
Emocionada com as apresentações e com o envolvimento dos estudantes na primeira edição do projeto, a coordenadora Giovana Péterle falou sobre a necessidade do debate sobre o tema e da renovação de estratégias e ferramentas para abordar temas tão relevantes quanto a violência contra a mulher em sala de aula. “Temas pertinentes precisam ser ressignificados o tempo inteiro. Todos nós aprendemos de diferentes formas, então, muito além da aula tradicional, o objetivo do projeto é, de forma lúdica, conscientizar esses meninos sobre os mais variados assuntos. E, a partir dessa compreensão, abrir espaços para uma sociedade cada vez mais tolerante e igualitária, capaz de abraçar aqueles que estão à margem dela”, define.
Uma belíssima – e importante – iniciativa! Parabéns a todos!
1ª colocada: Lara Canuto
2ª colocada: Luana Prado
3ª colocada: Vitória Fernanda