Segundo a Organização Mundial da Saúde, só em 2014, a taxa de suicídios entre os 15 e 29 anos chegou a 5,6 por 100 mil habitantes no Brasil. Se o dado já não fosse alarmante por si só, a informação da OMS de que muitas pessoas ainda consideram essa hipótese e/ou podem ter realizado tentativas frustradas que não entram nessa estatística. Sendo assim, para o órgão, é fundamental que escola, família e Estado estejam unidos e promovam ações para auxiliar a prevenção do suicídio.

Iniciada no Brasil em 2015, pelo Centro de Valorização à Vida, Conselho Federal de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria, a campanha Setembro Amarelo tem sido ferramenta importante nesse processo e, neste ano, ganhou um apoio todo especial dos alunos Master, com a promoção do projeto Escuto Histórias em nossa escola.

Criada pelos nossos estudantes, em parceria com o setor de Psicologia do Ensino Médio, a iniciativa teve como objetivo principal criar momentos e espaços de troca, ajuda mútua e, principalmente, de escuta para os alunos Master. Durante toda a manhã, dez voluntários – sendo seis estudantes Master e quatro estagiários de Psicologia – sentaram-se em cabines montadas na quadra de esportes do 3º andar para ouvir desabafos, trocar experiências e praticar a escuta ativa de alunos de todas as faixas etárias.

“O Escuto Histórias é, essencialmente, um treino de empatia – de tentar entender o outro, colocar-se no seu lugar – e de assertividade dos meninos. É um projeto lindo e que tem um objetivo muito bem definido: criar uma rede de apoio para que os nossos alunos compreendam a importância de falar e pensar sobre o que se sente”, explica a psicóloga responsável pelo projeto, Lavínia Andrade.

Valorização à vida

Para se ter uma ideia do quão importante é trabalhar a temática, dados da OMS apontam que o suicídio já é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 e 29 anos. Mas, apesar de os jovens estarem no olho desse furacão, pessoas de qualquer idade podem ter um bloqueio de falar sobre algo tão importante. No entanto, destaca Lavínia Andrade, a conversa pode abrir novas perspectivas e, ainda, alertar outras pessoas para tomar medidas que podem solucionar a situação.

Aluno do Assistente Master, José Vicente, 17 anos, concorda. “O Master já oferece alguns suportes, como o setor de Psicologia, a prática da ioga, mas a gente também pode fazer alguma coisa pra ajudar quem está precisando. Nosso objetivo com o Escuto Histórias é ser como uma caixinha, em que as pessoas podem depositar seus sentimentos e, a partir daí, perceber que não estão sozinhas nessa”, destaca.

“É sufocante não ter ninguém pra te ouvir, a gente se sente engolido por algo negativo. Quando você fala, quando consegue colocar esse sentimento pra fora, dá um alívio muito grande”, confessa Marina Menezes, 3º D, que aproveitou a manhã para desabafar e trocar experiências com os colegas voluntários da iniciativa. ´

“Ao ouvir ativamente alguém é como se nós plantássemos uma semente para que aquela pessoa floresça. É um pequeno passo, uma pequena contribuição, mas que pode mudar o dia de alguém”, complementa o aluno José Vicente.

Uma belíssima iniciativa dos alunos Master que nos enche de orgulho!