Atento à importância de adotar práticas antirracistas dentro do ambiente escolar, o Centro de Excelência Master dá início, neste ano letivo de 2023, a implantação de um projeto de educação antirracista, o programa Educação para as Relações Étnico-raciais (ERER). A iniciativa decorre de parceria entre o colégio e a Circular Black, empresa que atua com o foco em consultoria antirracista.  

O objetivo de trazer a temática para a pauta das discussões entre professores, colaboradores, pais e alunos é promover equidade dentro e fora de sala de aula, além de combater ativamente todo e qualquer tipo de expressão de preconceito e enaltecer a contribuição histórica africana na formação do Brasil sob diversos aspectos.  

“A questão do racismo já é tratada com rigor pela sociedade, já está consolidada em legislação própria, assim como diversas outras questões, e a escola precisa acompanhar esse processo evolutivo. O Master acredita que, para além da atuação do poder público, do Estado, do Judiciário, há o aspecto pedagógico a ser observado quando se fala em racismo. A escola precisa desenvolver um trabalho complexo a respeito da questão do letramento racial, que não é uma coisa simples e que depende, de fato, do conhecimento de pessoas que estejam preparadas para tal fim”, explica o supervisor pedagógico do Master, Fernando Monteiro.  

Cronograma de ações  

O ERER foi iniciado no dia 18 de janeiro, com um encontro voltado aos professores dos 6ºs e 7ºs anos do Fundamental – Anos Finais, mas ao longo do ano será estendido aos professores das demais séries, contando também com outras ações, como aulas, palestras e bate-papo com os demais colaboradores, alunos e pais.   

Paralelo aos encontros, também estão sendo levantados dados de mapeamento e diagnóstico sobre a comunidade negra do Master, com objetivo de realizar um trabalho mais assertivo.  

Também será criado um comitê para acompanhamento e operacionalização das iniciativas e ajustes, sempre que necessário. Este grupo será formado por um representante da escola, um aluno, um responsável e um membro de coletivo/grupo ativista externo.  

Os pilares propostos pela parceria entre o Master e a Circular Back incluem, além das formações continuadas e encontros, aulas e ações com práticas antirracistas trazendo pautas baseadas no reconhecimento da diversidade e valorização, fortalecimento da memória histórica brasileira e desenvolvimento de atitudes e valores.  

Importância do ERER 

O supervisor pedagógico do Master destaca também a importância desse treinamento e das ações educativas coletivas para toda a comunidade que faz parte da instituição.  

“Esse é um processo que demanda também a compreensão de capacitação de pessoas, afinal, não adianta a escola ter uma única pessoa, como se fosse um responsável por toda a ação. Isso precisa ser desenvolvido a partir da criação de multiplicadores. Então, eu acho que é importante o processo de capacitação da equipe: os professores, coordenadores etc., para que possam compreender toda a complexidade do tema e a partir daí, sim, desenvolver ações educativas e projetos, de fato”, complementa Fernando Monteiro.  

A diretora da Circular Black e gerente de Marketing do Master, Thiara Meneses, reforça que a parceria é uma iniciativa fundamental em Sergipe, que traz como principal característica o foco nas ações práticas que podem ser implantadas no dia a dia para a construção de uma sociedade antirracista, através do Programa ERER.  

“A proposta, trazendo a prática da educação antirracista para o Master, é a intencionalidade dos processos antirracistas dentro da escola e isso vai muito além do conteúdo. É importante abordar a parte conteudista que fala sobre a África, sobre a história e cultura afro-brasileira, mas é essencial, acima de tudo, colocar em prática ações para que se combata o racismo na sua raiz. É trazer para o debate a falta de protagonismo preto, de visibilidade preta, tudo isso ser colocado em pauta para gerar reflexão e mudança de comportamento. Então, utilizando as propostas pedagógicas, é ter um outro olhar a partir de agora. Por meio dos eventos e ações, o objetivo é ter esse olhar mais pontual e intencional na questão da prática antirracista”, salientou Thiara.  

Em relação ao nome do projeto, Thiara explica que a denominação foi definida após reunião diretiva com a presença do responsável jurídico, como forma de dar mais força e reconhecimento às ações implantadas na escola. 

“Nós acordamos que o projeto ganharia um nome e o ERER foi definido por mim, após me aprofundar nos estudos e na importância da força e reconhecimento dele dentro do nosso ambiente escolar. O ERER já é uma prática comum em escolas do Sudeste e em universidades, como disciplina da grade curricular”, complementou.